top of page
NOMEAR EMOÇÕES E A DOLESCÊNCIA (2).png

Na adolescência saber nomear emoções

desagradáveis afasta a depressão.

Há pessoas que têm maiores dificuldades em nomear as suas emoções do que outras. Não importa o quão complexas sejam, há quem apresente apenas algumas palavras para descrever o que sente. Esta iliteracia emocional é associada a déficits que regulam estas emoções, isto é, quanto menos conscientes estamos das nossas emoções, menor a probabilidade de descobrirmos como melhor regulá-las.

Saber nomear adequadamente as emoções é uma competência emocional basilar. Emoções são informação. As emoções comunicam informações sobre o nosso estado motivacional, o nível de entusiasmo e as avaliações que fazemos das experiências que vivemos sejam elas ameaçadoras ou não. É preciso saber integrar toda a informação que as emoções transmitem, ganhar consciência e descobrir o estado que se está a viver "estou a sentir-me irritado", ou "estou a sentir-me zangado, envergonhado ou com alguma outra emoção?"

Ter consciência desta informação, ajuda-nos a prever como a nossa experiência emocional pode desenvolver-se, como podemos regular melhor as emoções para nos sentirmos melhor, fazer melhores escolhas ter comportamentos mais saudáveis para nós e para com os outros. 

Imagem1.png

Emoções desagradáveis vs depressão

Uma equipa de cientistas formada por formada por Lisa Starr, professora assistente da Universidade de Rochester, Rachel Hershenberg, professora assistente de psiquiatria da Emory University e Zoey Shaw, Irina Li e Angela Santee realizou um estudo com adolescentes testou se a baixa capacidade de identificar e nomear emoções desagradáveis distintas (chamada de Diferenciação de Emoção Desagradável - DED) precedia temporariamente a depressão.

O estudo que foi publicado este ano, 2019, na revista Emotion, contou com 233 adolescentes da região de Rochester, com uma idade média de 16, onde 54% eram do sexo feminino. Primeiro foram realizadas entrevistas de diagnóstico para avaliar a propensão dos participantes à depressão. De seguida, os adolescentes relataram as suas emoções quatro vezes ao dia durante sete dias. Um ano e meio depois, a equipa realizou entrevistas de acompanhamento a 193 dos 233 participantes originais, para avaliar os resultados.

Na adolescência mais literacia afasta a depressão

Os pesquisadores descobriram que os adolescentes que conseguem descrever as suas emoções desagradáveis de maneira precisa como 'eu sinto-me aborrecido' ou 'sinto-me frustrado' ou 'tenho vergonha' em vez de simplesmente dizerem 'sinto-me mal' estão mais bem protegidos contra o desenvolvimento de sintomas depressivos quando experimentam um evento de vida stressante.

Ao contrário, aqueles que têm baixa capacidade de identificar e nomear emoções desagradáveis tendem a descrever seus sentimentos em termos mais gerais, como "mau" ou "chateado", são menos capazes de se beneficiar das informações e aprendizagens que as suas emoções lhe trazem, incluindo a capacidade de desenvolver estratégias para enfrentarem o que estão a viver e que os poderia ajudar a regular como se sentem.

 

Este estudo concentrou-se exclusivamente na adolescência, por ser um momento de maior risco de depressão, e por pesquisas anteriores sugerirem que, durante a adolescência, a DED leva os adolescentes a estados de depressão, comparando com os das crianças mais jovens ou adultos, sendo que naquela fase de desenvolvimento as taxas de depressão aumentam constantemente.

Pesquisas anteriores mostraram que a depressão e a baixa DED estavam relacionadas entre si, mas não mostraram se os jovens que apresentaram sinais de sintomas depressivos significativos tinham uma DED naturalmente baixa ou a DED era baixa como resultado directo do sentimento de depressão.

 

NOTA: Na adaptação feita substituiu-se a designação Diferenciação de Emoção Negativa (DEN) por Diferenciação de Emoção Desagradável (DED) por se considerar que as emoções são desagradáveis ou agradáveis e não negativas ou positivas, uma vez que emoções são informação.

Tradução livre e adaptada do artigo feita por Sara Ribeiro:

https://www.sciencedaily.com/releases/2019/06/190628120447.htm

bottom of page